Novo tratamento para endometriose e uma nova forma de acessar a infertilidade masculina prometem ajudar a resolver impasses comuns na busca pela maternidade
São muitas as complicações que podem surgir quando casais decidem ter filhos, sendo a infertilidade mais comum do que se imagina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% dos casais em idade reprodutiva são afetados pela doença. Tanto para mulheres como para os homens, a biologia pode oferecer obstáculos para a gestação, que podem ser resolvidos com a ajuda da ciência.
Pelas mulheres, uma das causas é a endometriose, doença muitas vezes silenciosa e difícil de ser diagnosticada. Causada pelo tecido interno que reveste o útero (endométrio), que se implanta em outros órgãos da região do abdômen, podendo causar dor, comprometimento da qualidade de vida e levar à infertilidade
“A endometriose influencia negativamente em diversas etapas do processo reprodutivo da mulher, podendo causar um impacto negativo em sua capacidade fértil”, explica Matheus Roque, especialista em reprodução humana da Clínica Mater Prime, em São Paulo.
Uma das opções de tratamento para a endometriose é a cirurgia, principalmente quando a doença está associada ao quadro de dor. Removendo as lesões da doença, é possível também uma melhora na fertilidade. A novidade aqui é que cientistas estudam agora um novo tratamento, usando nanopartículas com corante para encontrar e remover as lesões associadas ao distúrbio (que são difíceis de serem localizadas todas em apenas uma cirurgia, o que geralmente demanda mais de uma ida ao centro cirúrgico).
Já para os homens, umas das causas da infertilidade são a baixa produção e a motilidade (capacidade de locomoção) dos espermatozóides. Ambos fatores possuem diferentes opções de tratamento, mas pesquisadores apontam que a capacidade do esperma de seguir uma trilha química até o óvulo também pode influenciar na fertilidade. Para ajudar, cientistas relatam a criação de um chip microfluídico para auxiliar o encontro dos gametas masculino e feminino em novo estudo.
Para o especialista, os dois estudos representam os constantes avanços que a tecnologia possibilita para que a ciência avance na busca pela fertilidade. “A ciência tem trabalhado intensamente na busca de melhores técnicas diagnósticas e melhores tratamentos para a infertilidade, sendo que muitos avanços estão ocorrendo na Medicina Reprodutiva”, reforça Roque.