Novas terapias aumentam sobrevida e reduzem progressão da doença; diagnóstico precoce e prevenção seguem como pilares essenciais
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto entre as mulheres, quando excluída a neoplasia de pele não melanoma. No Brasil, são registrados mais de 32 mil novos casos por ano.
“O câncer de pulmão ainda representa um grande desafio, mas estamos avançando em diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes. Além de ser altamente letal, muitas vezes, ele é diagnosticado tardiamente, o que dificulta o tratamento e as chances de cura”, explica o oncologista Carlos Fruet.
Nova terapia reduz em 46% a progressão da doença
Um estudo apresentado na Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) 2025, o maior congresso da área no mundo, revelou resultados promissores no combate ao câncer de pulmão de pequenas células — um dos tipos mais agressivos da doença, responsável por cerca de 15% de todos os casos de câncer de pulmão.
“A pesquisa de fase 3 demonstrou que a combinação do fármaco lurbinectedina com a imunoterapia atezolizumabe, utilizada como tratamento de manutenção após quimioterapia, reduziu em 46% o risco de progressão da doença e em 27% o risco de morte. Os pacientes tratados com essa nova abordagem apresentaram uma sobrevida livre de progressão de 5,4 meses, em comparação com 2,1 meses no grupo controle, que recebeu apenas o atezolizumabe. Houve também uma melhora significativa na sobrevida global, que passou de 10,6 meses para 13,2 meses.”
“A pesquisa representa um passo importante. Estamos diante de um possível novo padrão de tratamento, que oferece mais tempo e qualidade de vida aos pacientes”, afirma o oncologista.
Sintomas e prevenção
Embora o tabagismo responda por cerca de 90% dos casos, o câncer de pulmão também pode estar relacionado à exposição à poluição, ao gás radônio, a fatores genéticos e à idade avançada. “Pessoas acima de 50 anos devem ficar atentas, mesmo que nunca tenham fumado, especialmente se apresentarem sintomas respiratórios persistentes”, alerta Fruet.
Os sinais mais comuns da doença incluem tosse persistente, dor no peito, rouquidão, falta de ar e escarro com sangue. O diagnóstico é feito por exames como tomografia, broncoscopia e biópsia.
Apesar dos avanços no tratamento, a melhor forma de combater o câncer de pulmão continua sendo a prevenção. Não fumar, evitar a exposição passiva à fumaça, adotar uma alimentação rica em frutas e vegetais, além da prática regular de atividade física, são atitudes fundamentais para reduzir os riscos.
“O cigarro ainda é o maior vilão, mas é possível adotar um estilo de vida mais saudável e prevenir não só o câncer de pulmão, mas também outras doenças crônicas”, destaca Carlos Fruet.