Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 278 milhões de pessoas em todo o mundo sofre com zumbido no ouvido. O incômodo é a ausência constante de silêncio, por um som persistente que pode ser associada à barulhos como apito, chiado, cigarra, grilo, abelha, cachoeira, reator de luz, panela de pressão, escape de ar, etc.
A fonoaudióloga especialista em audição e zumbido, Camila Quintino, explica que além de causar insônia, dificuldade de concentração, ansiedade e depressão, cerca de 40% de quem sofre com o zumbido ainda convive com outro problema: a tontura.
Para ela, não há relação de causa e efeito entre o zumbido e a tontura, mas a presença de ambos no mesmo paciente tem ainda mais poder para prejudicar a qualidade de vida.
“Quando um paciente tem zumbido e tontura, significa que a causa é mais agressiva e está afetando dois órgãos que são vizinhos dentro do ouvido interno: a cóclea (órgão da audição) e o labirinto (órgão do equilíbrio)”, explica a fonoaudióloga.
A cóclea (ou caracol) é uma estrutura do ouvido que é responsável pela nossa audição e o labirinto cuida do equilíbrio.
“Se essas estruturas são afetadas individualmente ou separadamente, aparecem sintomas como tonturas, desequilíbrio, surdez ou zumbido”, relata Camila.
Os problemas metabólicos estão relacionados ao jejum prolongado, abuso de cafeína e doces. Já as doenças sistêmicas que causam zumbido e tontura são a hipertensão, diabetes ou pré-diabetes, colesterol e triglicérides altos, hipotireoidismo, menopausa e andropausa.
“Fatores psicológicos como a ansiedade e a depressão, além dos posturais, envolvendo pescoço e articulação temporomandibular, também podem influenciar o ouvido e causar os mesmos sintomas”, explica.
O zumbido atrapalha principalmente à noite, devido ao silêncio, mas também pode incomodar durante o dia, pois tira a concentração para a leitura ou trabalho, limita a vida social e muda o equilíbrio emocional da pessoa.
“A tontura dificulta realizar as atividades corriqueiras como locomover-se, arrumar a casa, dirigir, dentre outros. Além de todo desconforto, o paciente com ambos os sintomas sente muito mais medo e insegurança de exercer sua vida normal por não saber quando terá uma crise de tontura a próxima vez”, finaliza Camila.