Moda sem idade: se arrisque nas composições e quebre o tabu na hora de montar um look

Você já parou para pensar em quantas pessoas deixam de vestir uma peça de roupa por medo de julgamentos ou olhares preconceituosos? Infelizmente, isso ainda é muito comum em nossa sociedade, principalmente com pessoas mais velhas ou acima do peso. Quando se pensa em uma composição para uma mulher com mais de 70 anos, possivelmente as pessoas começarão a imaginar um conjunto com calça e camisa de linho ou alfaiataria. Mas por que não apostar também em um vestido de algodão ou uma calça jeans, por exemplo?

Assim como os mais jovens, as pessoas mais velhas possuem todo o direito de se vestirem como quiserem e, inclusive, utilizarem as roupas para comunicarem sua personalidade. Isso mesmo! As nossas vestimentas falam muito sobre nós e são responsáveis por passar uma mensagem sobre você, o seu humor, preferência musical ou, até mesmo, o time de futebol pelo qual você torce. Tanto na vida pessoal quanto na profissional, o que vestimos traduz o que sentimentos, pois nossa personalidade influencia diretamente nossas escolhas e preferências, seja intencionalmente ou não.

De acordo com uma pesquisa encomendada pelo site Voucher Codes, do Reino Unido, em 2018, as mulheres encontram mais dificuldades para comprar roupas a partir dos 40 anos, enquanto os homens já enfrentam desafios aos 37. Conforme o estudo, é também nesta faixa etária que os entrevistados sentiram a necessidade de abandonar roupas que usavam anteriormente para se vestirem “de acordo com a idade”. Ainda segundo a pesquisa, homens e mulheres entre 35 e 44 anos gastam cerca de R$ 1.700 em roupas por ano, mais do que qualquer outra faixa etária. No entanto, cerca de um quinto dos itens comprados nunca são usados.

Isso mostra o quanto os pensamentos preconceituosos podem ser prejudiciais para a autoestima, visto que as pessoas passam a se sentirem pressionadas a comprarem e usarem peças para estarem dentro dos padrões impostos pela sociedade, deixando de lado o próprio gosto em relação às vestimentas. Por isso, é muito importante trabalharmos nossos pensamentos para quebrarmos os tabus de moda e não deixarmos que as pessoas façam escolhas por nós. Afinal, todos temos o livre-arbítrio para decidirmos o que comer, vestir, ler, ouvir e falar.

Sempre que me perguntam sobre “a roupa mais indicada para cada idade ou tipo de corpo”, eu respondo que são as peças que fazem as pessoas se sentirem bem, pois não há nada que caia melhor do que o amor próprio e a felicidade de poder ser quem você realmente é. Quando estimulamos as pessoas a assumirem sua personalidade e expressarem suas vontades, temos indivíduos mais felizes, confiantes e produtivos, visto que isso pode influenciar e muito no nosso humor.

Por isso, transmita a mensagem do amor próprio e da autoconfiança. Sempre que você tiver ou perceber um pensamento preconceituoso sobre a roupa de alguém, se policie para não ferir a autoestima do próximo. Quanto mais pessoas se conscientizarem e se livrarem dos pensamentos negativos e tóxicos, mais cedo teremos um mundo mais leve e sem julgamentos para todos.

*Anne Garcia é uma jovem empresária ítalo-brasileira, estilista e divide a vida entre a Itália e o Brasil por conta de seus diversos empreendimentos. Anne morou na Itália por mais de 15 anos, onde adquiriu conhecimento e experiência em moda. Em Roma, Anne estudou moda e aprendeu técnicas handmade (confecção de peças artesanais), onde despertou sua paixão pelo setor. Em 2013, lançou biquínis de luxo com detalhes em ouro e diamantes, para a alta sociedade italiana e árabe. Atualmente, na Itália, possui uma produtora de filmes independentes chamada PONNTO PRODUCTION. Considerado um dos pilares de seus negócios, Anne Garcia visa atender seu público com dicas sobre sustentabilidade e preservação do meio ambiente no mundo da moda. Além disso, a empresária estuda para lançar linhas que possam ajudar a natureza ao longo dos anos.