Segundo o médico psiquiatra, sexólogo e diretor do IES Arnaldo Barbieri Filho, na época de folia a libido fica mais aflorada com a exposição do corpo e até mesmo com as fantasias, que são fetiches para algumas pessoas
O Carnaval é a festa brasileira mais famosa do mundo. É sinônimo de alegria, diversão e azaração. Nesse período, as autoridades realizam campanhas sobre a conscientização do uso de preservativos e sobre a transmissão de doenças e infecções sexuais. Mas, o que acontece com o corpo humano durante a folia, a sexualidade fica mesmo aflorada?
Segundo o médico psiquiatra, sexólogo e diretor do Instituto de Estudos da Sexualidade (IES) de Ribeirão Preto (SP) e Delegado do Estado de São Paulo da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH) Arnaldo Barbieri Filho, a explicação está na libido. “Ela aumenta em determinadas situações. No Carnaval, por exemplo, os encontros nos blocos, nas festas e até nas viagens podem despertar ainda mais a libido. O uso de poucas roupas ou peças diferentes, que deixam partes do corpo em evidência, pode acabar estimulando o desejo sexual. Até mesmo as fantasias inusitadas, que podem fazer parte do fetiche de cada um, acarretam em mudanças de comportamento. Fatores ligados as atitudes que pessoas se permitem durante a folia, também devem ser levados em conta”, comenta.
De acordo com Filho, o hormônio que estimula a libido é a Testosterona, tanto no homem como na mulher. “É importante lembrar das bebidas alcoólicas, que desinibem os indivíduos, mas se utilizadas em exagero, podem causar dificuldades sexuais”, aponta Filho.
“Outro destaque está na libertação sexual. Antigamente o sexo feminino não podia manifestar o seu desejo e, hoje, as mulheres são livres e expressam as suas vontades como querem”, explica.
“No Carnaval e durante o ano todo é importante ressaltar que no sexo, quando realizado dentro de quatro paredes, vale tudo, desde que seja de comum acordo entre pessoas capazes de consentir e que não cause danos significativos aos envolvidos. É evidente que atos ilegais não fazem parte desse vale tudo. A contracepção adequada deve ser sempre realizada e o uso de preservativos é fundamental, pois várias doenças e infecções são transmitidas nas relações sexuais”, finaliza Filho.