Estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association (JAMA) revela a importância de aumentar a frequência diária na higienização de todos os cômodos, para evitar o contágio da Covid-19 e a proliferação de fungos, germes e bactérias
Diante da pandemia do novo coronavírus, em que o isolamento social se faz necessário para evitar a disseminação da doença, a limpeza doméstica é grande aliada na prevenção. Assim como o cuidado com a higiene pessoal, é fundamental manter uma rotina dentro de casa, de preferência que todas as pessoas participem, dando ênfase às superfícies que são mais manuseadas como maçanetas, interruptores, torneiras e descargas. Usar água sanitária para a higienização desses locais e de todos os ambientes, higienizar embalagens de produtos adquiridos em supermercados estão entre as medidas preconizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os especialistas alertam que manter a casa limpa também requer alguns hábitos fundamentais. Caso precise sair, ao retornar para casa, a pessoa deve retirar os sapatos antes de entrar na residência, além de lavar as mãos, e tomar um banho ou trocar a roupa que veio da rua. Um recente estudo publicado pelo Journal of the American Medical Association (JAMA) revela a importância de aumentar a frequência diária na higienização de todos os cômodos, para evitar o contágio da Covid-19 e a proliferação de fungos, germes e bactérias.
Com o isolamento domiciliar as pessoas e, principalmente os cuidadores de pacientes oncológicos, estão ainda mais atentos à limpeza da casa, dos alimentos e do uso correto das máscaras de pano. Cuidar da alimentação e manipular corretamente os alimentos é um deles. É sabido que a imunidade é prejudicada com uma dieta irregular e, ao mesmo tempo, higienizar adequadamente os produtos também é fundamental. Ir ao supermercado, ou para quem não pode evitar a saída de casa, são atividades que agora merecem ainda mais atenção.
De acordo com a infectologista do Hospital do GRAACC, Dra. Fabianne Carlesse, antes de chegar das compras, a primeira atitude é higienizar as superfícies da cozinha onde serão manipulados ou guardados os alimentos, como bancada, pia e a despensa. “Pode ser com água e sabão ou álcool em gel e, na sequência, realizar a higienização dos produtos que foram comprados. Para os alimentos embalados, industrializados, seja uma caixa de leite, um pacote de macarrão ou enlatados, um pano com álcool pode ser passado na embalagem. Produtos em recipientes bem vedados podem ser lavados diretamente embaixo da torneira”, esclarece a infectologista.
O meio de contágio do novo coronavírus é por meio do ar ou por com secreções respiratórias contaminadas. E o ato de levar as mãos às mucosas como boca, olho e nariz é a via de contato. Nos supermercados por exemplo, com o manuseio de itens nas prateleiras, é preciso cautela. Isso vale na volta das feiras de rua. “São ambientes de grande circulação de pessoas em contato constante com os alimentos. A pessoa encosta, avalia o que vai levar, por exemplo. É um meio contaminado, tanto em relação aos produtos quanto ao espaço físico”, esclarece Dra. Fabianne.
Para hortaliças, frutas, verduras e legumes, a higiene pode ser feita primeiro com água corrente, depois colocá-los imersos em uma solução com água sanitária (uma colher de sopa para um litro de água, se for preciso uma quantidade maior), durante 15 minutos, e após esse tempo lavar novamente em água corrente e deixar secar naturalmente. “Se for consumir em seguida, já está pronto para a ingestão. Se não, é indicado guardar na geladeira em recipientes com tampa”, orienta a médica.
Na cozinha
Para quem vai para a cozinha preparar a comida, é indicado lavar as mãos quando ocorrer o contato com novos ingredientes – ainda que o calor do cozimento possa inativar o vírus, ele pode permanecer na pele e contaminar alimentos crus ou gelados. A higienização das mãos deve seguir os protocolos indicados pelo Ministério da Saúde.
Uso do celular
“Uma pessoa infectada pode pulverizar no ar gotículas contaminadas enquanto faz uma ligação. Além disso, devido ao material de composição de alguns aparelhos atuais, o vírus pode sobreviver por até 72 horas. Se uma pessoa infectada entrega o telefone para outra, a doença pode ser transferida para as pontas dos dedos do indivíduo que recebeu o aparelho. Se ele, em um momento de distração, tocar a boca, olhos ou nariz, pode contrair a doença”, enfatiza Dra. Fabianne.
Um estudo publicado na revista científica New England Journal of Medicine afirma que o novo coronavírus consegue sobreviver dias em superfícies. O tempo varia de acordo com cada material. “O vírus pode sobreviver, por exemplo, três dias no plástico e no aço inoxidável e 24 horas no papelão. Desse modo, algumas medidas de segurança e higiene precisam ser reforçadas ao receber uma entrega de restaurante ou supermercado”, explica a médica.
Delivery
Com as pessoas seguindo recomendações para ficar em casa, o aumento dos pedidos de comida e produtos pela internet aumentou. No entanto, muitos ainda têm dúvidas sobre a transmissão do vírus nos itens entregues. A higienização do pacote recebido é recomendada. Essa preocupação é menor se o alimento for cozido de alguma forma. “Se o pedido é de algo frio, como uma salada, por exemplo, pode haver algum risco se a refeição tiver contato com alguém infectado. Mas, se os alimentos são manuseados adequadamente, e seguindo padrões de higiene impostos por órgãos reguladores, deve haver pouca chance de ocorrer algum problema”, alerta Dra. Fabianne.
Em entregas gerais, tente manter certa distância do entregador. Muitos já renunciaram do sistema de assinatura para confirmar a entrega, o que significa que não é necessário tocar em um dispositivo ou caneta que outros já manipularam. Por fim, pode-se limpar muito bem o pacote recebido antes de abri-lo e lavar as mãos de forma correta depois de descartar a embalagem do produto.
Sobre o GRAACC
Instituição criada em 1991 para garantir a crianças e adolescentes com câncer todas as chances de cura. Com hospital próprio, tornou-se referência no tratamento e na cura do câncer infantojuvenil, principalmente em casos de maior complexidade. Possui uma parceria técnica-científica com a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que possibilita, além de diagnosticar e tratar o câncer infantil, o desenvolvimento do ensino e pesquisa.
Em 2019, foram atendidos mais de quatro mil pacientes e realizadas mais de 35 mil consultas, 1400 procedimentos cirúrgicos e 22 mil sessões de quimioterapia. Mais Informações no http://www.graacc.org.br
