PMMA: entenda os riscos deste preenchimento

Cirurgião Plástico Giancarlo Dall´Olio alerta sobre o uso indevido da substância

Conhecido por seus efeitos de preenchimento, modelagem facial e corporal o PMMA (Polimetilmetacrilato), que ganhou fama como bioplastia – a plástica sem bisturi – atrai mulheres pela proposta sedutora de propor resultados instantâneos, pode provocar danos à saúde de imediato ou a longo prazo se aplicado de maneira indevida.

Segundo o cirurgião plástico Giancarlo Dall´Olio, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o PMMA só pode ser utilizado em casos específicos e em pequenas quantidades. “Devido à baixa qualidade do produto existente no mercado nacional, a Anvisa proibiu o uso de diversas marcas dessa substância, mas há algumas que atendem as recomendações da agência nacional e são permitidas”, afirma o especialista.

O PMMA é um produto composto por microesferas de um material muito parecido com um plástico acrílico e que se espalha pelo tecido da região após sua aplicação. “Este tipo de preenchimento não é recomendado principalmente porque o polimetilmetacrilato não é absorvido pelo corpo e automaticamente endurece dentro da região aplicada como um cimento, causando complicações pela rejeição do organismo”, alerta Giancarlo.

O procedimento geralmente é utilizado na região da face, mas em raríssimos casos. “Hoje em dia há outras técnicas mais seguras como ácido hialurônico, por exemplo. O PMMA nunca pode ser utilizado como um substituto do silicone, como é o caso de pacientes que buscam a técnica para aplicação nos glúteos, coxas e panturrilhas, principalmente porque a dose utilizada é muito maior do que de um simples preenchimento”, esclarece.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica recomenda o PMMA apenas em plásticas reparadoras, como em pacientes com AIDS com lipoatrofia facial, que causa a perda da gordura do rosto. De qualquer forma o médico especialista deve ter bom senso na quantidade aplicada.

É importante ressaltar que antes de qualquer procedimento o paciente deve ser avaliado clinicamente e o profissional escolhido, no caso de cirurgiões plásticos, seja membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.